Dia 5 - Avis - Estremoz Albúm do quinto dia
Total Kms dia - 56 kms
Total Kms acumulados - 254,81 kms
€€€
9,5€ - parque campismo
11,90€ - almoço Sousel
11,90€ - almoço Sousel
8,2€ - Caracolada Estremoz
1€ - Mercearia Estremoz
21,67€
O ritual nómada de levantar campo e seguir caminho foi mais uma vez repetido. É engraçado como nos lançamos à estrada para fugir da rotina diária e rapidamente nos agarramos a outras rotinas. E, por falar em rotinas, lá tirámos a foto da praxe à porta do camping. O parque de campismo, clube náutico e piscinas municipais de Avis são muito agradáveis. Combinámos vir de férias com as meninas da família para aqui e assim o fizemos umas semanas depois!
Marca no GPS pois voltaremos aqui de férias!
Passámos de fugida por Avis e fomos em direção ao Ervedal. Aqui comprámos fruta e legumes para acompanhar o almoço. O trilho propunha uma visita à ponte do Ervedal que é uma réplica da ponte 25 de Abril, mas o Gugas não viu com bons olhos descer e subir só para ver a ponte e ficou a promessa de irmos lá noutra altura. Apanhámos os trilhos em direção a Sousel. Aqui vímos uns cavalos muito bonitos e um deles atrevido. Ficámos a admirá-los e o Gustavo lembrou-se de lhe dar uma das cenouras que tinha comprado. Os restantes cavalos ainda se aproximaram, mas eram tão medricas ou tímidos que o cavalo com mais lata acabou por comer toda a nossa provisão de cenouras e maçãs!
Quem não chora não mama...
Em Sousel acabámos por comer uma bifana e acabámos a dormir numa sombra do jardim do centro cultural e biblioteca da vila. Aproveitámos por dar um saltinho à net, eu para enviar uma mensagem ao pessoal que nos acompanhava pelo blog e facebook e o Gugas por se viciar no friv.
A repôr energia.
Quando estava mais fresquinho continuámos o trilho pelas serra a norte de Estremoz, que creio ser a Serra da Ossa. Zona conhecida pelo seu mármore, a rivalizar com Carrara, os trilhos eram de terra escura, quase avermelhada, fazendo lembrar África.
Africa minha...
Cada vez mais avermelhado...
A estrada nacional contorcia-se no mapa, sinal que passava por zonas declivosas, mas o trilho do Paulo nem por isso. E realmente fomos sempre subindo devagar, como se circulássemos pelas curvas de nível, por entre pequenas aldeias e montes abandonados. Na parte final subimos até perto de umas antenas por uma estrada muito bonita ladeada de muros altos e casas bonitas. Esta zona tinha algo, uma aura, um magnetismo que me atraiu.
Paisagem bonita.
Depois das antenas foi sempre a descer até Estremoz, onde apanhámos uma ciclovia perto da estação antiga, agora abandonada e recuperada. A “sangria“ que a nossa ferrovia tem sofrido nestes anos entristece-me. Para além de ser de uma falta de visão brutal em termos estratégicos, sustentabilidade, relocalização, resiliência de vilas e aldeias do interior, etc., estraga-me a já de si frágil mobilidade de longo curso em viagens de bicla! O comboio ainda consegue levar a minha bicla e material sem grandes stresses de capacidade de carga. (já outros stresses nem por isso). Já estava no fim da etapa proposta pelo Paulo. Em Estremoz não há camping pelo que tentei pedir guarida aos Bombeiros locais. Chego lá e estão uns quantos soldados da paz a jogar matrecos, sinal de que não há fogos.
Torneio aguerrido.
O comandante estava numa reunião mas aparece o “segundo” que me diz que não nos pode acolher mas indica-nos um parque de campismo recente, que não aparece nos guias a apenas 10kms dali e a descer. Quando me dizem distâncias desconfio e somo sempre o IVA. Acontece que mesmo que fossem 10kms e sempre a descer, o camping ficava na direção de Évoramonte, logo para trás. No dia seguinte teria que subir a mesma distância para voltar ao trilho. Agradeci e fomos comer uns caracóis ao centro de Estremoz. Os caracóis eram daqueles entre o caracol e a caracoleta. Os meus preferidos e estavam deliciosos.
Os meus preferidos...
Estremoz é uma cidade com vida, dá gosto de ver e sentir. Envio um SMS a dizer q ia ficar a acampar algures perto de Estremoz ao grupo de BTT do Seixal que iria partir naquele dia para fazer o mesmo percurso mas em velocidade de cruzeiro. O meu colega de trabalho, Francisco Morais responde-me do outro lado da linha que pediram aos bombeiros de Estremoz estadia e que lhes tinha sido atribuída. Que voltasse lá e falasse nessa possibilidade. Não é mesmo a minha onda, a de insistir e a de aproveitar estas “boleias”, mas fui contra a minha corrente e voltei aos Bombeiros. Desta vez o campeonato de matrecos estava mais aguerrido e o Gugas demorou pouco tempo a meter-se a jogar. Enquanto eu esperava a nova resposta do “segundo” também joguei um bocadinho. Pediram-me para ligar ao responsável da “reserva” para que ligasse ao comandante e *protocolo*, *procedimento*, *patati*, *patata*. Não. Não é mesmo a minha onda. Ando a viajar em autonomia para…ser autónomo. Agradecemos a disponibilidade e a jogatana e saímos. Afinal os bombeiros não têm a responsabilidade de nos dar guarida, e nós estamos completamente capazes de seguir em frente. Seguímos em direção a Elvas. A tarde estava quente com o sol pelas costas e um tom rosado no horizonte. O silêncio, a cor e o cheiro dos campos compunha um quadro fenomenal. Pedalava até ao fim do mundo nesta aguarela!
Nem apetecia parar.
Afastados o suficiente de Estremoz e da próxima aldeia viramos agulha a 90º para um terreno não vedado e encontrámos o spot onde passar a noite. Enviei SMS com as coordenadas e enfiámo-nos na tenda.
Fim de dia perfeito!
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