Apresento-vos o meu mentor, a musa do meu desejo de vadiagem de mota, aquele que mostrou ser possível, aquele que desbloqueou o desejo profundo de ir mais longe: HELGE PEDERSEN
Norueguês, vagueou pelo Ártico em expedições da marinha norueguesa onde fez o serviço militar como técnico de salvamento em helicóptero. Dedicou-se á fotografia até certo dia vender tudo o que tinha para trocar por uma R80G/S. Isto foi em 1981, tinha eu 5 anos!
Arrancou em direcção a África. Os amigos deram-lhe um mapa para a sua viagem: Uma folha de lixa amarela com um Norte marcado! ehehe e não é que se safou na mesma?
Esteve por lá, trabalhou para um amigo a promover viagens a turistas, foi apanhado a meio da guerra da Somália, esteve preso várias vezes, uma das quais no Yemen onde esteve prestes a perder uma mão!!!
Depois desta aventura Africana, arriscou vadiar o mundo financiado pelas suas fotografias. Ganhou a aposta e nós ganhámos um excelente livro:
Escreveu as suas impressões de uma década (!) em cima de uma mota e chamou-lhe
"10 years on 2 wheels".
O livro é um regalo especialmente porque preza a componente geográfica (meu defeito profissional) apresentando 9 mapas a enriquecer toda a informação contida no livro.
Os seus patrocinadores pagaram-lhe a viagem marítima para Ushuaia e todo o seu trabalho servia para pagar esta dívida. Subiu a Transamericana e foi a primeira (e não sei se única) pessoa a atravessar o Darien Gap com um veículo motorizado terrestre!! São 80 milhas de selva, pântanos, pequenos trilhos, mosquitos e guerrilheiros salvos dos seus perseguidores.
Partiu ossos, e chegou com a perna altamente infestada, foi fustigado por mosquitos e desinterias soviéticas (no meu vocabulário significa BRUTAL eheh) e quando sai da selva teve internado umas semanas a recuperar!
Nada disto se comparou com o maior trauma: a chegada aos Estados Unidos!
Depois de anos a viajar pela América do Sul, os queixumes e "manias" dos abastados vizinhos do Norte sabiam a azedo. Similar no conteúdo, mas bastante superior na quantidade, este choque era o mesmo sentido quando chegou à Europa, no regresso da viagem a África.
Conheceu aquela que o faria voltar a casa (!!) nos States. Mesmo assim demorou algum tempo a assentar, pois não descansaou enquanto não atravessou a Ásia em 10 meses de separação da sua cara-metade até ao reencontro dos dois na Turquia em 1992.
Já na Noruega dedicou-se então á escrita do livro, testemunha dos seus 10 anos de sela, 400.000 km de guiador e 77 carimbos de entrada em alfândegas.
A R80G/S (OLGA) está em Munique, no museu BMW!
Apresento-vos um vídeo que fez para promover o último trabalho: o DVD Globeriders
Sem comentários:
Enviar um comentário