quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Randonneur...

 
Houve uma época em que a bicicleta era o veículo de excepção de muitas pessoas. Falo de uma época após 2ª guerra mundial (antes disso tb existiram tais épocas) que já sofreu a influência do boom económico e dos vários avanços tecnológicos verificados na altura. Numa altura em que tudo crescia muito rápido e era moda criar modas. Uma altura em que o boémio era cultivado, o estilo era bem demarcado e havia "clubs" para tudo.
Uma dujardin de 1948...na ressaca da WWII.

 Pessoas de uma classe social que já tinha posses para ter uma (e apenas uma) bicicleta e por isso a utilizavam para tudo. Pegavam nas bicicletas existentes, lugged frames, rodas grandes e finas e colocavam guarda-lamas e malas no guiador e no banco para viajar, depois despiam-nas desses acessórios para a voltinha do fim-de-semana ou para irem ao café ver as modas. No entretanto usavam-nas para irem para o trabalho. Começaram a deixar montados os guarda-lamas, as luzes de dinamo, o porta-bagagem dianteiro ou traseiro, etc.
Os fabricantes, atentos às modas, começaram a produzir essas bicicletas...

Uma réplica recente montada por Phil Brown

 
Para além destes acessórios começaram a fazer quadros com medidas que permitiam colocar pneus mais grossos (700x30 a 35) de forma a serem mais robustas e seguras com mau tempo e mau piso. Os travões "centerpull" mostravam-se capazes de travar o ímpeto destes jovens randonneurs assim como funcionar razoavelmente com muita lama e chuva.

Uma Réne herse equipada para turismo
 
São bicicletas "rolantes", feitas para rolar muitos kilómetros confortavelmente (não tanto como numa reclinada). Para mim são bicicletas elegantes, práticas, bonitas e ao mesmo tempo performantes.

Um Randonneur nostálgico

Nas férias encontrei duas destas randonneurs francesas encostadas numa loja de velharias.
"O pessoal daqui não quer estas bicicletas, ou compra bicicletas de milhares de euros que pesam só menos 2 ou 3 kilos que esta ou então as do intermarché, que depois nunca andam" - foi a resposta do senhor da loja ao meu interesse.

A amarelinha cheia de pó, numa cave do centro do país!
 
Uma é uma Motoconfort (da motobécane) e a outra uma Lussert. Estou a limpar, desmontar, lubrificar e a afinar a Motoconfort. A amarelinha rola que é uma maravilha! Agora falta completar com algumas peças antigas que faltam e para isso ando a bater várias lojas antigas. 

E ainda vou fazer uns alforges de jeito para a menina. Estas biclas são ideais para um light touring de fim-de-semana...
 
bora?



 

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito gira a Motoconfort, Gonçalo! Depois quero ver isso, a ver se combinamos um café aí por Linda-a-Velha ou Algés!

Abraço,

Pedro leitão.

Gonças disse...

Força, fico à espera!
abraço